Abastecimento
Sanep promete resolver falta de água no Fragata até novembro
Problema na alteração de pressão de dois reservatórios fez rede antiga padecer; Licitação para troca de tubulação está sendo feita
Jô Folha -
As frequentes reclamações de moradores do bairro Fragata devido à falta de água já tem data para serem resolvidas. O Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep) explicou o motivo para os problemas que há pelo menos 40 dias trazem transtornos à região e qual o planejamento traçado.
Tudo começou a partir da percepção de que no Fragata alguns pontos possuíam o abastecimento mais frágil, um dos piores da cidade, segundo o diretor-presidente da autarquia, Alexandre Garcia. A partir disso, foram traçadas ações para melhorar essa questão, tendo havido a substituição de redes em pelo menos 19 ruas e a troca da rede de fibrocimento por canos de PVC.
O reservatório R5, abastecido pela Estação de Tratamento de Água (ETA) Moreira, possui toda sua rede datada de 1958. Na região, as habitações também foram densificadas, pela percepção da autarquia. Por este e outros motivos, a pressão da água neste reservatório era considerada baixa. Já o reservatório R7, que leva águas da Santa Bárbara à região da Gotuzzo, tinha pressão acima da média. Por isso, ambos foram conectados em 19 de setembro. Com essa injeção, equilibrou o desempenho, melhorando a pressão na região R5 sem prejudicar a R7.
O que parecia a solução de dois problemas, no entanto, gerou uma onda de novos transtornos. A partir de 20 de setembro, a população reclamou da água vindo suja. Segundo Garcia, isso ocorreu porque a mudança de pressão e sentido da água acabaram remexendo resíduos que já estavam no fundo dos encanamentos. A questão foi resolvida, mas outras surgiram. A adutora que entra na rua Eugênio Insaurriaga, interligada com o reservatório R5, é feita com fibrocimento de seis décadas de idade. A mudança na força da água fez sua fragilidade ser exposta. "Ela não está aguentando a pressão que está sendo praticada", analisa.
Os pontos frágeis podem surgir de várias maneiras. Desde locais já reformados anteriormente até pontos desgastados pelo tempo, os defeitos aparecem repentinamente. "A gente efetivamente não sabe onde dará o problema", ressalta. O crescente surgimento de vazamentos nessa área após o aumento da pressão fez o Sanep agilizar a troca do encanamento e espera, até o final de novembro, resolver a questão, dependendo do andamento do processo licitatório.
Tal situação acarretou em mudança de rotina para os moradores. Na tarde desta segunda-feira (29), enquanto o Sanep trabalhava em um trecho da rua Frontino Vieira, o morador da Eugênio Insaurriaga, Marcelo Domingues, enchia baldes de água para prevenir transtornos caso tornasse a faltar. "Tem dias que falta e volta muito tarde", lamenta. Já o comerciante Márcio Peres, acredita que o aumento de pressão foi benéfico e garante entender a possível demora para troca da tubulação como algo natural do processo.
Licitação
A obra que trocará cerca de 420 metros de tubulação está orçada em valores que vão de R$ 400 mil a R$ 460 mil. Deles, R$ 111 mil são apenas em canos de PVC. A previsão é de finalizar tudo até o final de novembro. A obra atinge praticamente metade do Fragata e o Sanep estima que de 15 a 20 mil residências serão beneficiadas com a mudança. Todo o trabalho será feito com verba da própria autarquia.
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